quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Capítulo 1 “Novo Começo”

Capítulo 1
“Novo Começo”

Saí a correr, eram quase 8:30 e estava atrasada. O meu cérebro só conseguia pensar: “Um passo a seguir ao outro, um passo a seguir ao outro...”
Quando finalmente cheguei à escola, encontrei-a deserta e repleta de silêncio: todos já tinham entrado nas suas respectivas salas de aula e, como era a primeira vez que lá estava, não sabia onde dirigir-me… estava metida em sarilhos. A única opção era procurar por entre as mais de vinte salas da escola.
Virei-me para encontrar algo ou alguém que me pudesse ajudar. De repente, encontrei-o… E foi assim que fiquei apaixonada. Descobri que a minha vida se transformou… de repente.
– Olá! Precisas de ajuda? –proferiu ele, com o seu cabelo ruivo, comprido a descer pelos ombros e os seus olhos azuis retocados com um sorriso maravilhoso.
– Pois, sim… se preciso de ajuda… bem, sou nova aqui… atrasei-me… não sei onde é a… a… sala! – estava a gaguejar, a sentir as minhas faces a aquecer e o meu pulso a acelerar.
– Eu também sou novo aqui. Por isso também me “perdi”… podíamos procurar juntos a sala – sugeriu ele, já apressando o passo para começar-mos a procura. – Já agora, como te chamas?
– Eu, ora eu, eu chamo-me Ellen e tu?
– Jack, Jack Joke Jonathan, nome palerma não é? – disse alegremente, colocando as mãos atrás da cabeça.
– Não, não é palerma, só um pouco diferente dos outros.
– Podes ter razão. Mas eu contínuo a achá-lo palerma.
Nesse momento, parámos em frente do 1º pavilhão. Batemos às portas das salas e nada. Mas, quando chegámos à última, uma senhora de cara rechonchuda e bastante simpática, abriu-nos a porta.
– O que fazem aqui, meninos?
– Somos do 10º E e não sabemos onde fica a nossa sala – respondi eu.
– Esta é a sala, minha filha. E eu sou a tua professora de Física – esclareceu a senhora com um sorrisinho.
– Obrigada! – dissemos em coro.
Entrámos.
– Desculpe ‘stora, mas onde me sento? – interrogou Jack.
– Só há mais uma mesa desocupada, poderias sentar-te lá com a menina – disse a senhora, apontado para uma mesa de dois, no fim da última fila da sala de aula.
– Vamos? – segredei a Jack.
Depois de nos sentarmos, a única coisa que ouvi durante a aula inteira foi a sua respiração. Ao contrário de mim, ele tinha uma respiração lenta e bastante calma.
E, noutro instante, senti a sua respiração a aumentar de ritmo e a acelerar. E senti um braço quente e reconfortante a tentar dar-me a mão. Corei.
– Falamos depois… – sussurrou-me ao ouvido, sorrindo.
A sua voz era suave, quente e calma.
Fixei-me nos seus olhos azuis, profundos e sorri. Sorri o que mais podia. Porque naquele momento eu estava feliz, eu sentia-me intensamente feliz. De repente, tocou e Jack largou-me a mão, começando a arrumar, com a maior serenidade, o seu material. Enquanto isso, eu fixava-o, sentindo os seus movimentos brandos, suaves e fluidos.
Virou-se para mim e nos seus olhos pude ver um brilho que parecia cintilar.
– Vens? – sugeriu ele.
- Claro! Vamos para onde?
– Para a próxima aula, para onde achas que íamos? – proferiu ele, dando uma pequena gargalhada.

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