És Tu...
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
Desculpem...
Desculpem meu leitores, mas eu ando com um bloqueio muito grande e sem que abandonei um pouco o meu precioso livro... *idiota, idiota*
Mas como recompensa em pouco tempo irei colocar aqui umas imagens das personagens desenhadas por mim ;D (para quem não sabe tenho uma conta no DeviantArt: http://www.ellenjamesblack.deviantart.com/ onde ponho os meu desenhos *não esperam grandes coisas da minha dote do desenho...*)
Ah! Pois, esqueci de informar que ao longo do tempo fui corrigindo (e acrescentando coisas) algum capítulos... se alguém quiser ler de novo para relembrar a historia...
Adoro-vos
KISU
domingo, 20 de março de 2011
Capítulo 4 “Consigo sentir-te”
Capítulo 4
“Consigo sentir-te”
“Amar, o que é isso amar? Sento-me uma inútil, preenchida pelo arrependimento de ter acordado nesta manhã, coberta pelo choque, e quando realmente me convenci de que realmente te tinha perdido, afoguei-me no enorme vazio que sentia, e que doía mais que qualquer outra coisa. Uma explosão de lágrimas que lavava a minha cara. Agora, penso no que será de mim, pergunto-me se esta dor será para sempre, só me consigo imaginar a folhear páginas de livros que leste, tocar e cheirar roupas que vestis-te, passar a ponta dos dedos nos móveis de tua casa. Perdi o rumo, e vou conforme o vento sopra, sinto-me rasgada, despedaçada, perdida nas memórias que me esforço por ver e rever, para nunca as esquecer, sinto-me dominada pela cruel verdade de que nunca mais te terei a meu lado.” – apenas palavras escritas numa folha de papel, me ajudariam a deitar tudo cá para fora.
O pensamento era forte, mas descrevia o que sentia, o pensamento era profundo, mas descrevia o que me doía.
As lágrimas sólidas começaram a cair-me de novo e a caiarem no chão, mas desta vez o chão era diferente, era um chão macio de madeira esse chão não tinha a presença de Jack, mesmo sendo um Jack frio como o de ontem, Gostaria que nele estivesse aqui. E ai começou aparecer um silêncio desconfortável que me sufocava nas suas garras frias e fortes. Esse tal silêncio obrigou-me a andar em frente; pé ante pé.
E comecei a viver os dias assim, pé ante pé.
O resto era apenas história, já não sonhava, não desejava, nem me prendia a ninguém. Apenas pé ante pé. Não amava, não sorria, nem sequer queria algo. Apenas pé ante pé.
A esperança de o voltar a ver tinha sido destruída em montes de pedaços e nem lembrar-me do seu maravilhoso sorriso me fazia recolocar esses pedaços.
A vontade de chegar ao pé de Susan e gritar, chorar e pedir consolo era cada vez maior… queria dizer-lhe tudo isto, mostrar as palavras que tinha escrito.
Mas será que ela me iria entender? Não, muito provavelmente não. Não iria entender isto. Ela apenas vivia no seu mundo de fantasias, verniz e diários.
******
O sofrimento continuava a ser constate. E o meu peito pesava como o chumbo. Continuava a respirar com aquela inalterável sufocação.
Mas um dia, um sóbrio dia aconteceu algo que nunca imaginai acontecer, quanto mais a mim!
Estava sentada a pensar no vazio sem cor, quando dentro desse vazio ouço um suplicar. Não era bem suplicar, era algo como se o pequeno sussurro dentro do vazio se explica-se a si mesmo algo incompreensível.
– Quero aqui estar? É óbvio que não! Eu quero estar lá para a abraçar e dizer que sou seu… Talvez seja verdade o que ele disse, talvez eu seja isso mesmo e não o possa fazer! Talvez o que eu pensava ser fosse apenas um anseio estúpido… Porque de cada vez que a sinto dentro de mim ela não faz nada, não tem nada para além do sofrimento!
Eu tentava ficar indiferente, mas como era algo assim possível!? Havia algo dentro de mim a falar. Quem poderia ser? Do que estava a voz a falar?
E no meio disto tudo veio-me uma dor incontrolável e horrivelmente poderosa vinda do meu peito. E a voz gritava tanto que achava que iria furar-me os tímpanos.
O que se estava a passar?
– Eu não quero isto!! – suplicava a voz – Parem eu quero poder fazer algo! É que me dói tanto…
A dor acalmou e eu respirava com dificuldade… O suar caía-me da cara a baixo. Levei a mão à cabeça e respirei fundo, enquanto na minha cabeça surgiam perguntas sem fim.
Fechei os olhos e organizei-as. “De quem era aquela voz?” foi a primeira pergunta a qual eu queria responder desesperadamente. Pus-me a pensar se conhecia aquela voz de algum lado, porque parecia-me bastante familiar. A voz era calma, fluida e grave, era uma voz de um rapaz, mas um rapaz novo.
Até que me veio à ideia de poder ser Jack… Ponderei nessa aposte e cheguei à conclusão que tinha razão. A voz que acabara de ouvir era a voz de Jack!
“Consigo sentir-te”
“Amar, o que é isso amar? Sento-me uma inútil, preenchida pelo arrependimento de ter acordado nesta manhã, coberta pelo choque, e quando realmente me convenci de que realmente te tinha perdido, afoguei-me no enorme vazio que sentia, e que doía mais que qualquer outra coisa. Uma explosão de lágrimas que lavava a minha cara. Agora, penso no que será de mim, pergunto-me se esta dor será para sempre, só me consigo imaginar a folhear páginas de livros que leste, tocar e cheirar roupas que vestis-te, passar a ponta dos dedos nos móveis de tua casa. Perdi o rumo, e vou conforme o vento sopra, sinto-me rasgada, despedaçada, perdida nas memórias que me esforço por ver e rever, para nunca as esquecer, sinto-me dominada pela cruel verdade de que nunca mais te terei a meu lado.” – apenas palavras escritas numa folha de papel, me ajudariam a deitar tudo cá para fora.
O pensamento era forte, mas descrevia o que sentia, o pensamento era profundo, mas descrevia o que me doía.
As lágrimas sólidas começaram a cair-me de novo e a caiarem no chão, mas desta vez o chão era diferente, era um chão macio de madeira esse chão não tinha a presença de Jack, mesmo sendo um Jack frio como o de ontem, Gostaria que nele estivesse aqui. E ai começou aparecer um silêncio desconfortável que me sufocava nas suas garras frias e fortes. Esse tal silêncio obrigou-me a andar em frente; pé ante pé.
E comecei a viver os dias assim, pé ante pé.
O resto era apenas história, já não sonhava, não desejava, nem me prendia a ninguém. Apenas pé ante pé. Não amava, não sorria, nem sequer queria algo. Apenas pé ante pé.
A esperança de o voltar a ver tinha sido destruída em montes de pedaços e nem lembrar-me do seu maravilhoso sorriso me fazia recolocar esses pedaços.
A vontade de chegar ao pé de Susan e gritar, chorar e pedir consolo era cada vez maior… queria dizer-lhe tudo isto, mostrar as palavras que tinha escrito.
Mas será que ela me iria entender? Não, muito provavelmente não. Não iria entender isto. Ela apenas vivia no seu mundo de fantasias, verniz e diários.
******
O sofrimento continuava a ser constate. E o meu peito pesava como o chumbo. Continuava a respirar com aquela inalterável sufocação.
Mas um dia, um sóbrio dia aconteceu algo que nunca imaginai acontecer, quanto mais a mim!
Estava sentada a pensar no vazio sem cor, quando dentro desse vazio ouço um suplicar. Não era bem suplicar, era algo como se o pequeno sussurro dentro do vazio se explica-se a si mesmo algo incompreensível.
– Quero aqui estar? É óbvio que não! Eu quero estar lá para a abraçar e dizer que sou seu… Talvez seja verdade o que ele disse, talvez eu seja isso mesmo e não o possa fazer! Talvez o que eu pensava ser fosse apenas um anseio estúpido… Porque de cada vez que a sinto dentro de mim ela não faz nada, não tem nada para além do sofrimento!
Eu tentava ficar indiferente, mas como era algo assim possível!? Havia algo dentro de mim a falar. Quem poderia ser? Do que estava a voz a falar?
E no meio disto tudo veio-me uma dor incontrolável e horrivelmente poderosa vinda do meu peito. E a voz gritava tanto que achava que iria furar-me os tímpanos.
O que se estava a passar?
– Eu não quero isto!! – suplicava a voz – Parem eu quero poder fazer algo! É que me dói tanto…
A dor acalmou e eu respirava com dificuldade… O suar caía-me da cara a baixo. Levei a mão à cabeça e respirei fundo, enquanto na minha cabeça surgiam perguntas sem fim.
Fechei os olhos e organizei-as. “De quem era aquela voz?” foi a primeira pergunta a qual eu queria responder desesperadamente. Pus-me a pensar se conhecia aquela voz de algum lado, porque parecia-me bastante familiar. A voz era calma, fluida e grave, era uma voz de um rapaz, mas um rapaz novo.
Até que me veio à ideia de poder ser Jack… Ponderei nessa aposte e cheguei à conclusão que tinha razão. A voz que acabara de ouvir era a voz de Jack!
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
Capítulo 3 “Adeus?”
Capítulo 3
“Adeus?”
Naquele dia sentia que o mundo estava de pernas para o ar. Jack não tinha vindo às aulas depois daquele dia, nunca mais o tinha visto. Já tinha tentado ir ter com ele a sua casa, mas não tive coragem. E sinceramente estava a começar a vicar muito preocupada com ele.
Os dias iam passando muito devagar, nas aulas de Física sentia um peso no meu peito, um peso sinistro que não me deixava respirar como deve de ser. Sentia uma grande vontade de o querer ao meu lado.
As pessoas passavam por mim e perguntavam-me se estava a sentir-me bem e a única coisa que eu respondia era algo do género: “Uhm”.
******
– Anda lá! Queres, ou não queres vir comigo? – perguntava pela milésima vezes Susan.
– Não me apetece… – respondi sem vontade.
– Tu é que sabes, mas depois não me venhas dizer que afinal queres vir.
Estávamos a sair da aula de educação física, e Susan não parava de me perguntar se queria ir com ela a uma festa.
– Eu sei, que andas assim por causa do Jack, mas eu também não vejo o Louis à muito tempo e não ando assim como tu!
Susan já me tinha dado esse sermão milhões de milhentas vezes, por isso, fingi não ouvir, e continuei a andar na direcção do portão de saída. Afastando-me de Susan.
Mas nesse momento lá ao fundo vi uma cabeleira ruiva e uns penetrantes olhos azuis que me fizeram parar. Esfreguei as mãos nos olhos e tentei “acordar”, mas de nada valeu, eu não estava a sonhar - Jack Jonathan vinha na minha direcção!
E quando ele parou á minha frente, com o seu perfeito sorriso, senti o meu coração falhar um batimento. E pelos vistos, ele tinha reparado nisso, por isso sorriu ainda mais abertamente.
– O que fazes aqui? – disse, com um tom desnecessariamente rude.
– Vim dizer uma coisa difícil de se dizer…
Jack ao dizer isto baixou a cabeça e pôs-se a olhar para os seu pés.
– O que é?
– Eu vou-me mudar para outro pais, por questões económicas… Será provável nunca mais me voltares a ver… - proferiu com um tom de tristeza.
Fiquei em estado de choque, senti a minha boca a abrir-se lentamente, não podia depois daquelas semanas a lutar por esperança… Já não tinha mais nenhuma dela para aguentar com aquilo.
– Lamento, mas, não há a outra solução – disse ele como se tivesse lido os meus pensamentos.
– Tem que haver! Tem que haver… - sussurrei também baixando a cabeça.
E ao contrário de mim Jack começou a levantar a cabeça.
– Não, não tem. Eu não quero ter nada a ver contigo – falou ele num tom alto e frio.
– Como podes ser capaz ser assim comigo?
As minhas palavras tinha saído como um suspiro sufocado.
– O destino não acontece por acaso, sabes? Nós temos de ser separados.
" Como podes ser tão arrogante!" pensei, sentindo as lágrimas salgadas a escorrerem-me da cara e a irem parar ao chão frio.
– Não penses que eu sou arrogante, mas eu tenho mesmo de ir percebes?
– Tu lês os pensamentos? – perguntei, erguendo a cabeça de repente para encara-lo com a surpresa.
– Eu não leio, nada. – respondeu, desviando o olhar coberto de um medo, que o estava a incomodar.
O silêncio... o doce e sufocante silêncio era o que nos separava.
– Eu não sei muito sobre ti, mas sei o suficiente para perceber que temos que ser separados…
Jack já não estava com a sua expressão de medo, agora estava triste.
– Então estás a tentar dizer-me adeus? – perguntei, com receio.
Jack hesitou, fez uma pausa, suspirou, olhou para mim, mas desviou o olhar no momento seguinte, abriu a boca e voltou a fecha-la, suspirou de novo, abriu a boca mais uma vez, e saiu de lá uma única palavra:
– Sim…
Essa palavra partiu o meu coração em dois pedaços, pedaços eles que nunca puderiam ser colados de novo.
Ele virou-se de costas para mim e disse muito lentamente.
– Mas nunca te deixarei… prometo…
Antes que ele se mexesse para se ir embora, estendi a mão para agarra-lo e abri a boca:
– Amo-te!
Ele contraiu o rosto, infeliz. E sem dizer nada começou a andar na direcção do portão de saída.
Deixando-me ali só e sem vida, apenas olhando para um vulto escuro que eu amava, e que nesse momento, me estava a abandonar, mergulhada, naquelas estranhas palavras.
“Adeus?”
Naquele dia sentia que o mundo estava de pernas para o ar. Jack não tinha vindo às aulas depois daquele dia, nunca mais o tinha visto. Já tinha tentado ir ter com ele a sua casa, mas não tive coragem. E sinceramente estava a começar a vicar muito preocupada com ele.
Os dias iam passando muito devagar, nas aulas de Física sentia um peso no meu peito, um peso sinistro que não me deixava respirar como deve de ser. Sentia uma grande vontade de o querer ao meu lado.
As pessoas passavam por mim e perguntavam-me se estava a sentir-me bem e a única coisa que eu respondia era algo do género: “Uhm”.
******
– Anda lá! Queres, ou não queres vir comigo? – perguntava pela milésima vezes Susan.
– Não me apetece… – respondi sem vontade.
– Tu é que sabes, mas depois não me venhas dizer que afinal queres vir.
Estávamos a sair da aula de educação física, e Susan não parava de me perguntar se queria ir com ela a uma festa.
– Eu sei, que andas assim por causa do Jack, mas eu também não vejo o Louis à muito tempo e não ando assim como tu!
Susan já me tinha dado esse sermão milhões de milhentas vezes, por isso, fingi não ouvir, e continuei a andar na direcção do portão de saída. Afastando-me de Susan.
Mas nesse momento lá ao fundo vi uma cabeleira ruiva e uns penetrantes olhos azuis que me fizeram parar. Esfreguei as mãos nos olhos e tentei “acordar”, mas de nada valeu, eu não estava a sonhar - Jack Jonathan vinha na minha direcção!
E quando ele parou á minha frente, com o seu perfeito sorriso, senti o meu coração falhar um batimento. E pelos vistos, ele tinha reparado nisso, por isso sorriu ainda mais abertamente.
– O que fazes aqui? – disse, com um tom desnecessariamente rude.
– Vim dizer uma coisa difícil de se dizer…
Jack ao dizer isto baixou a cabeça e pôs-se a olhar para os seu pés.
– O que é?
– Eu vou-me mudar para outro pais, por questões económicas… Será provável nunca mais me voltares a ver… - proferiu com um tom de tristeza.
Fiquei em estado de choque, senti a minha boca a abrir-se lentamente, não podia depois daquelas semanas a lutar por esperança… Já não tinha mais nenhuma dela para aguentar com aquilo.
– Lamento, mas, não há a outra solução – disse ele como se tivesse lido os meus pensamentos.
– Tem que haver! Tem que haver… - sussurrei também baixando a cabeça.
E ao contrário de mim Jack começou a levantar a cabeça.
– Não, não tem. Eu não quero ter nada a ver contigo – falou ele num tom alto e frio.
– Como podes ser capaz ser assim comigo?
As minhas palavras tinha saído como um suspiro sufocado.
– O destino não acontece por acaso, sabes? Nós temos de ser separados.
" Como podes ser tão arrogante!" pensei, sentindo as lágrimas salgadas a escorrerem-me da cara e a irem parar ao chão frio.
– Não penses que eu sou arrogante, mas eu tenho mesmo de ir percebes?
– Tu lês os pensamentos? – perguntei, erguendo a cabeça de repente para encara-lo com a surpresa.
– Eu não leio, nada. – respondeu, desviando o olhar coberto de um medo, que o estava a incomodar.
O silêncio... o doce e sufocante silêncio era o que nos separava.
– Eu não sei muito sobre ti, mas sei o suficiente para perceber que temos que ser separados…
Jack já não estava com a sua expressão de medo, agora estava triste.
– Então estás a tentar dizer-me adeus? – perguntei, com receio.
Jack hesitou, fez uma pausa, suspirou, olhou para mim, mas desviou o olhar no momento seguinte, abriu a boca e voltou a fecha-la, suspirou de novo, abriu a boca mais uma vez, e saiu de lá uma única palavra:
– Sim…
Essa palavra partiu o meu coração em dois pedaços, pedaços eles que nunca puderiam ser colados de novo.
Ele virou-se de costas para mim e disse muito lentamente.
– Mas nunca te deixarei… prometo…
Antes que ele se mexesse para se ir embora, estendi a mão para agarra-lo e abri a boca:
– Amo-te!
Ele contraiu o rosto, infeliz. E sem dizer nada começou a andar na direcção do portão de saída.
Deixando-me ali só e sem vida, apenas olhando para um vulto escuro que eu amava, e que nesse momento, me estava a abandonar, mergulhada, naquelas estranhas palavras.
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
Capítulo 2 “O Beijo”
Capítulo 2
“O Beijo”
Infelizmente, eu e a Susan - minha melhor amiga- não ficámos na mesma turma. Então, na pausa para o almoço, eu tive que ir almoçar a casa de Susan, que era mesmo em frente à escola. Como ela só se tinha mudado para aqui há poucos dias, a casa estava um caos: a sala onde iríamos almoçar estava com alguns móveis fora do sítio, latas de tinta laranja vazias no chão e a maior parte das superfícies estavam cobertas com película transparente, muito provavelmente para não sujar os móveis e o chão enquanto se pinta.
– Que se passa, Ellen? – perguntou-me a Susan – Eu conheço essa cara, ou estás extremamente cansada, ou estás apaixonada…
– Conheces-me tão bem…
– Então conta, conta. Quero saber de tudo: quem, como, quando e porquê! – gritou de entusiasmo.
– Bem… Ele chama-se Jack e anda na mesma turma que eu. Ao como… vou responder apenas que me perdi... Quando, que foi hoje e porquê, bem, isso não sei bem explicar…
Ao dizer isto tudo, senti as minhas faces a corar imenso.
– Já percebi! – exclamou, parando um pouco para pensar. – Eu também conheci um borracho!
– Quem? – quis saber, contente, por termos mudado de assunto.
– Chama-se Louis, ele é tão misterioso e simpático – proferiu ela corando. Afinal não era a única que corava.
– Então, como o conheceste?
– Ora, isso não interessa…
Ela estava a ficar cada vez mais vermelha.
– Vá lá, sabes que não conto a ninguém – disse.
– Eu sei, mas prefiro não contar – retorquiu.
– Ok, está bem, eu não te chateio mais, mas um dia destes vais ter que me contar – acrescentei sorrindo.
******
Quando voltei da casa da Susan, para ir assistir às aulas da tarde, o Jack estava a falar com um rapaz com uma franja enorme, de quem nem se conseguia ver os olhos.
– Olá! És tu a Ellen? – perguntou o rapaz.
– Sim, sou, porquê? – respondi eu.
– Aqui o Jack não fala de outra coisa! – ao dizer isto, o rapaz da franja avançou seguido de Jack, que sorria envergonhado e estendeu-me a mão para me cumprimentar. – Sou o Louis, Louis Tootle Holy.
– Ah! Então o Louis és tu! – exclamei, alegremente, apertando-lhe a mão.
Ouvi o Jack a aclarar a voz - estava a tentar chamar a atenção de Louis.
– Ah! Pois! Desculpa Jack, mas tinha de conhecer a Ellen.
– Não faz mal. Mas era escusada a parte de estar sempre a falar dela…
– Oh! Vá lá, não sejas assim. Pensava que eras um tipo sem receios, pensava que te conhecia – disse Louis dando uma ligeira cotovelada ao Jack.
– Bem, parece que não me conheces muito bem. Afinal, quando se trata da Ellen já sou outra coisa.
E ao ouvir isto, corei. Apercebi-me de que Jack tinha reparado nisso e que estava a olhar para mim com o seu ar carinhoso, corei mais.
– Pronto, pronto, vou deixar os pombinhos a sós... – brincou Louis.
Pensei em olhar para ele, para lhe dizer que não era assim. Mas bem lá no fundo sabia que Louis tinha razão.
– Tens algum plano para sábado? – interrogou Jack.
– Não, não tenho…
– Gostavas de vir ver um filme comigo?
– E...e...eu? – gaguejei.
– Claro! Não estou a ver mais ninguém.
– Pode ser.
– Então vemo-nos…
Mas, a frase de Jack foi interrompida pelo som do toque de entrada.
*****
Tirei da minha mala roxa o papel que Jack me havia dado e indiquei ao taxista onde era a rua onde ele vivia.
Quando cheguei à pequena rua, apercebi-me de que era de noite. Estava a chover e infelizmente não tinha chapéu-de-chuva, tive de correr por entre aquelas casas abandonadas e frias.
Peguei no papel, já molhado e tentei ver as pequenas letras que indicavam onde era a casa:
“Rua Shadow, nº6”
Nº 6? Já tinha passado essa casa. Tive de voltar e chovia cada vez mais.
Mas, passado um bocado, já estava em frente à casa nº6. Essa pequena casa tinha um ar acolhedor e com aspecto de que lá vivia alguém, ao contrário das outras.
Agarrei com a mão gelada o pequeno portão e puxei para a frente, andei pelo jardinzinho e, antes de tocar à campainha, o Jack abriu-me a porta.
– Olá! – disse olhando para mim de alto a baixo – estás toda molhada! Entra, entra!
– Obrigada…
Ao entrar naquele espaço minúsculo senti-me bastante à vontade. Era quente e colorido, com uns posters aqui e ali, uma bateria e duas guitarras a um canto; junto a uma das paredes, uma pequena cozinha improvisada. As paredes estavam pintadas, não de branco, mas sim de azul, amarelo, laranja e roxo.
Instalei-me num pequeno sofá de couro castanho claro que se situava em frente de um mini plasma. Ao sentar-me, apercebi-me de que o Louis estava na mesma sala que eu, no canto paralelo ao da bateria e das guitarras. Estava sentado numa pequena secretária, rodeado de papéis e de pautas amarrotadas.
Jack foi ter com ele e sussurrou-lhe algo que não consegui perceber. Louis olhou de realce para mim, acenou-me e disse:
– Olá, Ellen! Não tinha reparado que estavas aqui.
De seguida, voltou-se e sussurrou algo ao Jack. Levantou-se, abriu uma porta para outro quarto e desapareceu, deixando-nos sozinhos.
– Desculpa lá a desarrumação, mas eu e o Louis não nos damos bem com arrumos – proferiu Jack.
– Não faz mal, até porque eu não sou também muito dotada para isso!
– Vou buscar uma toalha, estás toda encharcada!
Ao dizer isto dirigiu-se à mesma porta por onde Louis tinha saído.
Passados uns dois ou três minutos, voltou com uma toalha. Estendeu-ma e ofereceu-se para me enxugar o cabelo. Aceitei.
– Porque tens instrumentos na tua sala? – perguntei.
– É que, sabes, eu e o Louis temos uma “banda” – disse, passando as suas leves mãos no meu cabelo, para verificar se já estava seco.
– A sério? Sabes, eu também toco.
– O quê? – questionou.
– Piano, órgão e cravo. Sou especialista em teclas – disse.
– Verdade? Era giro ter alguém que soubesse de teclas na nossa “banda”! – exclamou, entusiasmado, sentando-se ao meu lado. – O que achas de te juntares ao grupo?
– Porque não? – retorqui, animada com a ideia de ver Jack mais vezes.
– Então está combinado, bem-vinda ao Sense of being!
– Adoro o nome! Sentido de Ser… é tão…
– Pois, eu sei…
Ficámos em silêncio. Mas esse silêncio era confortante e calmo, senti-me bem em sentir o silêncio tocar-me, abraçando o momento. Esse silêncio durou bastante, mas foi interrompido pelo doce som da voz de Jack:
– Então… o filme, qual queres ver?
– Que tal um filme cómico?
– OK!
Levantou-se e foi buscar uma caixa de CD que se encontrava na secretária, rodeada de papéis. Voltou a sentar-se calmamente, retirou um CD que eu não conhecia e colocou-o no leitor de CD.
Colocou uma manta em cima de nós os dois e o filme começou. Apercebi-me que ia durar imenso e, como estava preocupada para não chegar tarde a casa, lançava olhares para o relógio pendurado na parede, em cima do pequeno fogão. Mas, como estava com sono, comecei a fechar os olhos e a sentir-me cada vez mais cansada. Comecei a ignorar as horas e a cair lentamente num sono profundo. E, sem dar por isso, estava com a minha cabeça encostava à dele. Afastei-me com medo, mas algo correu mal. Agarrou-me a cabeça pensado que eu já estava a dormir e deu-me um beijo. Então, baixinho, como se estivesse a falar com um bebé adormecido, disse-me:
– Eu penso sempre em ti como algo mais…
Com receio, fingi continuar a dormir...
******
De manhã, acordei no sofá. Ele estava sentado, adormecido, com a mão no meu cabelo.
Eu estava em pânico, tinha passado a noite em casa dele, a minha mãe devia estar já à minha procura. Olhei de relançe para o meu relógio, era meio-dia!
Estava feita!
E para piorar, ele acordou, perguntando-me:
– Estás bem?
– Estou, mas a minha mãe não deve estar.
– Levanta-te! Anda, vai-te embora e diz que foste às compras antes de ires para casa...
“O Beijo”
Infelizmente, eu e a Susan - minha melhor amiga- não ficámos na mesma turma. Então, na pausa para o almoço, eu tive que ir almoçar a casa de Susan, que era mesmo em frente à escola. Como ela só se tinha mudado para aqui há poucos dias, a casa estava um caos: a sala onde iríamos almoçar estava com alguns móveis fora do sítio, latas de tinta laranja vazias no chão e a maior parte das superfícies estavam cobertas com película transparente, muito provavelmente para não sujar os móveis e o chão enquanto se pinta.
– Que se passa, Ellen? – perguntou-me a Susan – Eu conheço essa cara, ou estás extremamente cansada, ou estás apaixonada…
– Conheces-me tão bem…
– Então conta, conta. Quero saber de tudo: quem, como, quando e porquê! – gritou de entusiasmo.
– Bem… Ele chama-se Jack e anda na mesma turma que eu. Ao como… vou responder apenas que me perdi... Quando, que foi hoje e porquê, bem, isso não sei bem explicar…
Ao dizer isto tudo, senti as minhas faces a corar imenso.
– Já percebi! – exclamou, parando um pouco para pensar. – Eu também conheci um borracho!
– Quem? – quis saber, contente, por termos mudado de assunto.
– Chama-se Louis, ele é tão misterioso e simpático – proferiu ela corando. Afinal não era a única que corava.
– Então, como o conheceste?
– Ora, isso não interessa…
Ela estava a ficar cada vez mais vermelha.
– Vá lá, sabes que não conto a ninguém – disse.
– Eu sei, mas prefiro não contar – retorquiu.
– Ok, está bem, eu não te chateio mais, mas um dia destes vais ter que me contar – acrescentei sorrindo.
******
Quando voltei da casa da Susan, para ir assistir às aulas da tarde, o Jack estava a falar com um rapaz com uma franja enorme, de quem nem se conseguia ver os olhos.
– Olá! És tu a Ellen? – perguntou o rapaz.
– Sim, sou, porquê? – respondi eu.
– Aqui o Jack não fala de outra coisa! – ao dizer isto, o rapaz da franja avançou seguido de Jack, que sorria envergonhado e estendeu-me a mão para me cumprimentar. – Sou o Louis, Louis Tootle Holy.
– Ah! Então o Louis és tu! – exclamei, alegremente, apertando-lhe a mão.
Ouvi o Jack a aclarar a voz - estava a tentar chamar a atenção de Louis.
– Ah! Pois! Desculpa Jack, mas tinha de conhecer a Ellen.
– Não faz mal. Mas era escusada a parte de estar sempre a falar dela…
– Oh! Vá lá, não sejas assim. Pensava que eras um tipo sem receios, pensava que te conhecia – disse Louis dando uma ligeira cotovelada ao Jack.
– Bem, parece que não me conheces muito bem. Afinal, quando se trata da Ellen já sou outra coisa.
E ao ouvir isto, corei. Apercebi-me de que Jack tinha reparado nisso e que estava a olhar para mim com o seu ar carinhoso, corei mais.
– Pronto, pronto, vou deixar os pombinhos a sós... – brincou Louis.
Pensei em olhar para ele, para lhe dizer que não era assim. Mas bem lá no fundo sabia que Louis tinha razão.
– Tens algum plano para sábado? – interrogou Jack.
– Não, não tenho…
– Gostavas de vir ver um filme comigo?
– E...e...eu? – gaguejei.
– Claro! Não estou a ver mais ninguém.
– Pode ser.
– Então vemo-nos…
Mas, a frase de Jack foi interrompida pelo som do toque de entrada.
*****
Tirei da minha mala roxa o papel que Jack me havia dado e indiquei ao taxista onde era a rua onde ele vivia.
Quando cheguei à pequena rua, apercebi-me de que era de noite. Estava a chover e infelizmente não tinha chapéu-de-chuva, tive de correr por entre aquelas casas abandonadas e frias.
Peguei no papel, já molhado e tentei ver as pequenas letras que indicavam onde era a casa:
“Rua Shadow, nº6”
Nº 6? Já tinha passado essa casa. Tive de voltar e chovia cada vez mais.
Mas, passado um bocado, já estava em frente à casa nº6. Essa pequena casa tinha um ar acolhedor e com aspecto de que lá vivia alguém, ao contrário das outras.
Agarrei com a mão gelada o pequeno portão e puxei para a frente, andei pelo jardinzinho e, antes de tocar à campainha, o Jack abriu-me a porta.
– Olá! – disse olhando para mim de alto a baixo – estás toda molhada! Entra, entra!
– Obrigada…
Ao entrar naquele espaço minúsculo senti-me bastante à vontade. Era quente e colorido, com uns posters aqui e ali, uma bateria e duas guitarras a um canto; junto a uma das paredes, uma pequena cozinha improvisada. As paredes estavam pintadas, não de branco, mas sim de azul, amarelo, laranja e roxo.
Instalei-me num pequeno sofá de couro castanho claro que se situava em frente de um mini plasma. Ao sentar-me, apercebi-me de que o Louis estava na mesma sala que eu, no canto paralelo ao da bateria e das guitarras. Estava sentado numa pequena secretária, rodeado de papéis e de pautas amarrotadas.
Jack foi ter com ele e sussurrou-lhe algo que não consegui perceber. Louis olhou de realce para mim, acenou-me e disse:
– Olá, Ellen! Não tinha reparado que estavas aqui.
De seguida, voltou-se e sussurrou algo ao Jack. Levantou-se, abriu uma porta para outro quarto e desapareceu, deixando-nos sozinhos.
– Desculpa lá a desarrumação, mas eu e o Louis não nos damos bem com arrumos – proferiu Jack.
– Não faz mal, até porque eu não sou também muito dotada para isso!
– Vou buscar uma toalha, estás toda encharcada!
Ao dizer isto dirigiu-se à mesma porta por onde Louis tinha saído.
Passados uns dois ou três minutos, voltou com uma toalha. Estendeu-ma e ofereceu-se para me enxugar o cabelo. Aceitei.
– Porque tens instrumentos na tua sala? – perguntei.
– É que, sabes, eu e o Louis temos uma “banda” – disse, passando as suas leves mãos no meu cabelo, para verificar se já estava seco.
– A sério? Sabes, eu também toco.
– O quê? – questionou.
– Piano, órgão e cravo. Sou especialista em teclas – disse.
– Verdade? Era giro ter alguém que soubesse de teclas na nossa “banda”! – exclamou, entusiasmado, sentando-se ao meu lado. – O que achas de te juntares ao grupo?
– Porque não? – retorqui, animada com a ideia de ver Jack mais vezes.
– Então está combinado, bem-vinda ao Sense of being!
– Adoro o nome! Sentido de Ser… é tão…
– Pois, eu sei…
Ficámos em silêncio. Mas esse silêncio era confortante e calmo, senti-me bem em sentir o silêncio tocar-me, abraçando o momento. Esse silêncio durou bastante, mas foi interrompido pelo doce som da voz de Jack:
– Então… o filme, qual queres ver?
– Que tal um filme cómico?
– OK!
Levantou-se e foi buscar uma caixa de CD que se encontrava na secretária, rodeada de papéis. Voltou a sentar-se calmamente, retirou um CD que eu não conhecia e colocou-o no leitor de CD.
Colocou uma manta em cima de nós os dois e o filme começou. Apercebi-me que ia durar imenso e, como estava preocupada para não chegar tarde a casa, lançava olhares para o relógio pendurado na parede, em cima do pequeno fogão. Mas, como estava com sono, comecei a fechar os olhos e a sentir-me cada vez mais cansada. Comecei a ignorar as horas e a cair lentamente num sono profundo. E, sem dar por isso, estava com a minha cabeça encostava à dele. Afastei-me com medo, mas algo correu mal. Agarrou-me a cabeça pensado que eu já estava a dormir e deu-me um beijo. Então, baixinho, como se estivesse a falar com um bebé adormecido, disse-me:
– Eu penso sempre em ti como algo mais…
Com receio, fingi continuar a dormir...
******
De manhã, acordei no sofá. Ele estava sentado, adormecido, com a mão no meu cabelo.
Eu estava em pânico, tinha passado a noite em casa dele, a minha mãe devia estar já à minha procura. Olhei de relançe para o meu relógio, era meio-dia!
Estava feita!
E para piorar, ele acordou, perguntando-me:
– Estás bem?
– Estou, mas a minha mãe não deve estar.
– Levanta-te! Anda, vai-te embora e diz que foste às compras antes de ires para casa...
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
Capítulo 1 “Novo Começo”
Capítulo 1
“Novo Começo”
Saí a correr, eram quase 8:30 e estava atrasada. O meu cérebro só conseguia pensar: “Um passo a seguir ao outro, um passo a seguir ao outro...”
Quando finalmente cheguei à escola, encontrei-a deserta e repleta de silêncio: todos já tinham entrado nas suas respectivas salas de aula e, como era a primeira vez que lá estava, não sabia onde dirigir-me… estava metida em sarilhos. A única opção era procurar por entre as mais de vinte salas da escola.
Virei-me para encontrar algo ou alguém que me pudesse ajudar. De repente, encontrei-o… E foi assim que fiquei apaixonada. Descobri que a minha vida se transformou… de repente.
– Olá! Precisas de ajuda? –proferiu ele, com o seu cabelo ruivo, comprido a descer pelos ombros e os seus olhos azuis retocados com um sorriso maravilhoso.
– Pois, sim… se preciso de ajuda… bem, sou nova aqui… atrasei-me… não sei onde é a… a… sala! – estava a gaguejar, a sentir as minhas faces a aquecer e o meu pulso a acelerar.
– Eu também sou novo aqui. Por isso também me “perdi”… podíamos procurar juntos a sala – sugeriu ele, já apressando o passo para começar-mos a procura. – Já agora, como te chamas?
– Eu, ora eu, eu chamo-me Ellen e tu?
– Jack, Jack Joke Jonathan, nome palerma não é? – disse alegremente, colocando as mãos atrás da cabeça.
– Não, não é palerma, só um pouco diferente dos outros.
– Podes ter razão. Mas eu contínuo a achá-lo palerma.
Nesse momento, parámos em frente do 1º pavilhão. Batemos às portas das salas e nada. Mas, quando chegámos à última, uma senhora de cara rechonchuda e bastante simpática, abriu-nos a porta.
– O que fazem aqui, meninos?
– Somos do 10º E e não sabemos onde fica a nossa sala – respondi eu.
– Esta é a sala, minha filha. E eu sou a tua professora de Física – esclareceu a senhora com um sorrisinho.
– Obrigada! – dissemos em coro.
Entrámos.
– Desculpe ‘stora, mas onde me sento? – interrogou Jack.
– Só há mais uma mesa desocupada, poderias sentar-te lá com a menina – disse a senhora, apontado para uma mesa de dois, no fim da última fila da sala de aula.
– Vamos? – segredei a Jack.
Depois de nos sentarmos, a única coisa que ouvi durante a aula inteira foi a sua respiração. Ao contrário de mim, ele tinha uma respiração lenta e bastante calma.
E, noutro instante, senti a sua respiração a aumentar de ritmo e a acelerar. E senti um braço quente e reconfortante a tentar dar-me a mão. Corei.
– Falamos depois… – sussurrou-me ao ouvido, sorrindo.
A sua voz era suave, quente e calma.
Fixei-me nos seus olhos azuis, profundos e sorri. Sorri o que mais podia. Porque naquele momento eu estava feliz, eu sentia-me intensamente feliz. De repente, tocou e Jack largou-me a mão, começando a arrumar, com a maior serenidade, o seu material. Enquanto isso, eu fixava-o, sentindo os seus movimentos brandos, suaves e fluidos.
Virou-se para mim e nos seus olhos pude ver um brilho que parecia cintilar.
– Vens? – sugeriu ele.
- Claro! Vamos para onde?
– Para a próxima aula, para onde achas que íamos? – proferiu ele, dando uma pequena gargalhada.
“Novo Começo”
Saí a correr, eram quase 8:30 e estava atrasada. O meu cérebro só conseguia pensar: “Um passo a seguir ao outro, um passo a seguir ao outro...”
Quando finalmente cheguei à escola, encontrei-a deserta e repleta de silêncio: todos já tinham entrado nas suas respectivas salas de aula e, como era a primeira vez que lá estava, não sabia onde dirigir-me… estava metida em sarilhos. A única opção era procurar por entre as mais de vinte salas da escola.
Virei-me para encontrar algo ou alguém que me pudesse ajudar. De repente, encontrei-o… E foi assim que fiquei apaixonada. Descobri que a minha vida se transformou… de repente.
– Olá! Precisas de ajuda? –proferiu ele, com o seu cabelo ruivo, comprido a descer pelos ombros e os seus olhos azuis retocados com um sorriso maravilhoso.
– Pois, sim… se preciso de ajuda… bem, sou nova aqui… atrasei-me… não sei onde é a… a… sala! – estava a gaguejar, a sentir as minhas faces a aquecer e o meu pulso a acelerar.
– Eu também sou novo aqui. Por isso também me “perdi”… podíamos procurar juntos a sala – sugeriu ele, já apressando o passo para começar-mos a procura. – Já agora, como te chamas?
– Eu, ora eu, eu chamo-me Ellen e tu?
– Jack, Jack Joke Jonathan, nome palerma não é? – disse alegremente, colocando as mãos atrás da cabeça.
– Não, não é palerma, só um pouco diferente dos outros.
– Podes ter razão. Mas eu contínuo a achá-lo palerma.
Nesse momento, parámos em frente do 1º pavilhão. Batemos às portas das salas e nada. Mas, quando chegámos à última, uma senhora de cara rechonchuda e bastante simpática, abriu-nos a porta.
– O que fazem aqui, meninos?
– Somos do 10º E e não sabemos onde fica a nossa sala – respondi eu.
– Esta é a sala, minha filha. E eu sou a tua professora de Física – esclareceu a senhora com um sorrisinho.
– Obrigada! – dissemos em coro.
Entrámos.
– Desculpe ‘stora, mas onde me sento? – interrogou Jack.
– Só há mais uma mesa desocupada, poderias sentar-te lá com a menina – disse a senhora, apontado para uma mesa de dois, no fim da última fila da sala de aula.
– Vamos? – segredei a Jack.
Depois de nos sentarmos, a única coisa que ouvi durante a aula inteira foi a sua respiração. Ao contrário de mim, ele tinha uma respiração lenta e bastante calma.
E, noutro instante, senti a sua respiração a aumentar de ritmo e a acelerar. E senti um braço quente e reconfortante a tentar dar-me a mão. Corei.
– Falamos depois… – sussurrou-me ao ouvido, sorrindo.
A sua voz era suave, quente e calma.
Fixei-me nos seus olhos azuis, profundos e sorri. Sorri o que mais podia. Porque naquele momento eu estava feliz, eu sentia-me intensamente feliz. De repente, tocou e Jack largou-me a mão, começando a arrumar, com a maior serenidade, o seu material. Enquanto isso, eu fixava-o, sentindo os seus movimentos brandos, suaves e fluidos.
Virou-se para mim e nos seus olhos pude ver um brilho que parecia cintilar.
– Vens? – sugeriu ele.
- Claro! Vamos para onde?
– Para a próxima aula, para onde achas que íamos? – proferiu ele, dando uma pequena gargalhada.
Prefácio
Meu nome é Ellen James Black, tenho 16 e sou feliz, ou era. Porque os meus pais decidiram mudar-se para outra cidade e é claro tive que mudar de casa, escola, amigos, local… Mas, felizmente, os pais de Susan, minha melhor amiga, também decidiram mudar-se para esta cidade.
domingo, 3 de outubro de 2010
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